quinta-feira, 31 de maio de 2012

terça-feira, 29 de maio de 2012

toma lá!



tenho um rio à flor da pele que me arrepia a memória. balança entre a contemplação e a revolta numa melodia viscosa a desfolhar páginas e páginas de gritos abafados tal como as cordas de um contra-baixo. estações desertas de comboios. portos sem âncoras. gaivotas sem mar. as cinco horas da tarde já não são de llorca e a metamorfose aconteceu em berlim.
há uma ponte entre paris e mário de sá-carneiro que se me agarra ao pescoço sem tédio. há pedacinhos de ossos na areia. há um concerto de brandeburgo. há um descobrimento por fazer.
há e não há.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

circunstância de modo



já não sei se havia ou não
uma luz ao fundo do túnel
um oceano a seguir à foz do rio
um pão a sair do forno.

sei apenas que as primaveras
eram amenas
os sonhos me enchiam os dias
e os sorrisos de pétalas.
havia palavras que diziam viagens
partidas que anunciavam chegadas
e o sol num horizonte longínquo.

agora que tudo é tão perto
os olhos secam-me
a humidade dos dias.


domingo, 27 de maio de 2012

desnecessidade




Jacques Henri Lartigue


________________  olhar para quê? o caminho faz-se caminhando. _______________________________

sábado, 26 de maio de 2012

abertura



como quem fecha uma porta. entre o azul e o amarelo desenho uma caligrafia sossegada, como sarabanda de Haendel, e escolho um verso de Hölderlin para beber ao fim da tarde.
procurarei permanecer fiel ao sussurro da terra e à ondulação do mar.