Francisco Laranjo
(para o Paulo que me
deu o mote e outras coisas)
Eu hoje estou com Hayden e sem
lareira
Parece-me um bom começo para qualquer coisa. Ou um final. Como gosto dos
textos: curtos e de portas abertas ao vento. Contrariando sistematicamente a
velocidez deste tempo que teima em correr como se soubesse para onde. Eu ando
de liteira, agora que se lembraram que afinal Camilo existe, embora não
dissesse que não a um Chevrolet
Talvez encontrasse Llansol pelo
caminho até Sintra e então os rabiscos deste caderno teriam um qualquer
sentido. Os desenhos que não sei fazer nasceriam com certeza da caneta com a
naturalidade de uma tisana sobre a chávena.
É tudo apenas uma questão de perspectiva. Representação outonal, atonal.
(já não como chocolates, só porque o fígado
não deixa) mas arranjarei uma secretária, em madeira bem maciça, para me ocupar
o centro da vida. Ou da sala, se preferirem.