sábado, 11 de agosto de 2012
detritos
passei lá na Praia da da Boa Nova e conversei destemperadamente com António Nobre. confessei-lhe a minha paixão porque não duvido da sua fidelidade a
ali nos entregámos a diálogos
é assim que agora
não mais, Musa, não mais. um selo desfez-se aos nossos olhos flamejantes das nuvens da galp
embora, em boa hora tenhamos encontrado a minha margarida. disse-lhe que havia de gostar de ler Proust que teve a sorte de não precisar dos préstimos de Eça de Queirós e por isso escreveu como bem lhe a aprouve e apetece uma madalena só pelo gosto de passear pelo tempo, com a mesma tranquilidade de quem se perde no Bois de Boulogne.
mas o pobre do Anto só queria saber de pescadores e da carreira do Tâmega
{um enfado para esta tarde roubada à normalidade e à obediência}
virei as costas, enfiei-me no carro, voei para o aeroporto e sentei-me à espera de um aceno: Júlio Verne devia estar a chegar da volta ao mundo em oitenta dias.
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