sábado, 22 de setembro de 2012

ocidental praia




este corpo
acanhado habitáculo
de uma cornucópia sentimental
definha ao sabor
das estrelas que vão surgindo
no horizonte decepado

vêm ossos vão barcos
em auto-estradas nocturnas
até que o vento
irrompa nórdico sobre
a planície do texto

a terra e o mar
confundem-se numa frase
conjuntiva à espera
do tempo de semear
frutos proibidos

domingo, 9 de setembro de 2012

Contrariedade



se um poeta tropeçasse neste quadro
citadino
não teria alexandrinos que chegassem para derramar
o seu azedume.

por isso iria provavelmente
beber cálices de absinto à mesa com Cesário
até que lhes acalmasse a cólera.

Que mundo! Coitadinho!