atravessa esta janelauma chuva não oblíqua
estafada da ignorância
atracada no porto
sem viagem marcada
já não é ensurdecedor
o barulho das engrenagens
no reino asséptico
da leveza forçada
em que mergulhámos
não há vestígios de
estreptococos
a não ser nas almas de poetas
e a rugosidade das paredes
apenas se vislumbra
em imagens virtuais
que algures captaram
esculturas furiosas
para testemunharem
como foi intensa
a passagem pelo mundo
não conseguirão suspeitar
sequer como é
o odor de uma rosa
ou de um copo de vinho